20 de Outubro de 2005

Diário de um cão

 

 

Diário de um cão forte, muito forte... e infelizmente tão
verdadeiro!



1ªsemana
Hoje completei uma semana de vida. Que alegria ter chegado a este mundo!

1Mês·
A Minha mãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar!

2Meses·
Hoje separaram-me da minha mãe. Ela estava muito irrequieta e, com seu olhar, disse-me adeus. Espero que a minha nova "família humana" cuide tão bem de mim como ela o fez.

 

4Meses·
Cresci rápido, tudo me chama a atenção. Há várias crianças na casa e para mim são como "irmãozinhos ". Somos muito brincalhões, eles puxam-me o rabo e eu mordo-os na brincadeira.

5Meses·
Hoje deram-me uma bronca. A minha dona ficou incomodada porque fiz xixi dentro de casa. Mas nunca me haviam ensinado onde deveria fazê-lo. Além do que, durmo no hall de entrada. Não deu para aguentar.

8Meses·
Sou um cão feliz! Tenho o calor de um lar; sinto-me tão seguro, tão protegido... Acho que a minha família humana me ama e me dá muitas coisas. O pátio é todinho para mim e, às vezes, excedo-me, cavando na terra como meus antepassados, os lobos quando escondiam a comida.
Nunca me educam... Deve ser correcto tudo o que faço.

12Meses·
Hoje completo um ano. Sou um cão adulto. Os meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulho devem ter de mim.

13Meses·
Hoje acorrentaram-me e fico quase sem poder movimentar-me onde tem um raio de sol ou quando quero alguma sombra.

Dizem que vão-me observar e que sou um ingrato. Não compreendo nada do que está a acontecer.

15Meses·
Já nada é igual... moro na varanda. Sinto-me muito só.

A Minha família já não me quer! Às vezes esquecem-se que tenho fome e sede.
Quando chove, não tenho tecto que me abrigue...


16Meses
Hoje tiraram-me da varanda. Estou certo de que a minha família me perdoou. Eu fiquei tão contente que pulava com gosto. O meu rabo parecia um ventilador. Além disso, vão levar-me a passear!
Dirigimo-nos para a estrada e, de repente, pararam o automóvel.
Abriram a porta e eu desci feliz, pensando que passaríamos o nosso dia no campo.

Não compreendo porque fecharam a porta e se foram.

"Ouçam, esperem!" Ladrei... esqueceram-se de mim... Corri atrás do carro com todas as minhas forças. A minha angústia crescia ao perceber que quase perdia o fôlego. Eles não paravam. Haviam-me esquecido!

17Meses
Procurei em vão achar o caminho de volta ao lar. Estou só e sinto-me perdido! No meu caminho existem pessoas de bom coração que me olham com tristeza e me dão algum alimento. Eu agradeço-lhes com o meu olhar, desde o fundo da minha alma.

Eu gostaria que me adoptassem:seria leal como ninguém!

Mas apenas dizem: "pobre cãozinho, deve ter-se perdido."

18Meses·
Um dia destes, passei perto de uma escola e vi muitas crianças e jovens como os meus "irmãozinhos" aproximei-me de um grupo e um deles, rindo, atirou-me uma chuva de pedras "para ver quem tinha melhor pontaria".Uma dessas pedras, feriu-me o olho e então, não vejo com ele.

19Meses·
Parece mentira. Quando estava mais bonito, tinham compaixão de mim. Já estou muito fraco; meu aspecto mudou. Perdi o meu olho e as pessoas mostram-me a vassoura quando pretendo deitar-me numa pequena sombra.

20Meses·
Quase não posso mexer-me! Hoje, ao tentar atravessar a rua por onde passam os carros, um acertou-me! Eu estava no lugar seguro chamado "calçada ", mas nunca esquecerei o olhar de satisfação do condutor, que até se vangloriou por acertar-me. Oxalá me tivesse matado! Mas só me deslocou as patas traseiras! A dor é terrível! As Minhas patas traseiras não me obedecem e com dificuldade arrastei-me até a relva, na beira do caminho.

Faz dez dias que estou em baixo do sol, da chuva, do frio, sem comer. Já não posso mexer-me! A dor é insuportável! Sinto-me muito mal, fiquei num lugar húmido e parece que até o meu pêlo está a cair.

Algumas pessoas passam e nem me vêem; outras dizem: "Não te chegues perto!" Já estou quase inconsciente; mas alguma força estranha me faz abrir os olhos. A doçura de sua voz fez-me reagir. "Pobre cãozinho, olha como te deixaram", dizia... com ela estava um senhor de avental branco.

Começou a tocar-me e disse:
"Sinto muito senhora, mas este cão já não tem remédio. É melhor que pare de sofrer".
A gentil senhora, com as lágrimas rolando pelo rosto, concordou.
Como pude, mexi o rabo e olhei-a, agradecendo-lhe que me ajudasse a
descansar. Somente senti a picada da injecção e dormi para sempre,
pensando em porque tive que nascer se ninguém me queria.



( Autor desconhecido )

 

Encontrado em diversas páginas na internet!

publicado por Pedro Faim às 01:07

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